quarta-feira, 15 de julho de 2009

REENCARNAÇÃO NA VISÃO ESPÍRITA

Segundo a doutrina espírita os espíritos reencarnam não apenas para a solução de equívocos de uma vida passada, ou para o cumprimento de determinada missão, mas pela necessidade inerente a toda a criação: o imperativo do progresso, a evolução.

A reencarnação – opondo-se frontalmente à salvação gratuita pela fé – dignifica o Espírito imortal, que vai galgando os degraus do aperfeiçoamento ao longo dos milênios sucessivos, crescendo em sentimento e intelectualidade, num trabalhoso processo de exteriorização da herança divina, concedida igualmente a todos os Espíritos. No nascedouro, todos absolutamente iguais. As diferenças individuais, portanto, não decorrem de capricho divino, mas sim do empenho de cada Espírito no sentido de promover o seu próprio progresso. Nesse caminhar, vai recebendo, por justiça, os frutos de todo o bem semeado, e, em função dessa mesma justiça, é compelido a reparar os males praticados, mas não em igual medida, graças à misericórdia divina.

O Espiritismo prega que ao revelar ao mundo ocidental a reencarnação, prova que a verdade religiosa não é incompatível com a verdade científica, explicando que a evolução do Espírito caminha pari passu com a evolução física demonstrada por Darwin, ao tempo em que resgata diante da consciência humana um dos atributos básicos de um Ser Perfeito: a Justiça. Tudo provém de uma mesma fonte, todos partimos de um mesmo ponto, dotados da mesma potencialidade evolutiva, conforme ensinaram os Espíritos: “É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo, que também começou por ser átomo.”5 Por conhecer essa luz divina imanente em toda a criação, é que Jesus lançou o desafio evolutivo: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (...)”.6

A doutrina reencarnacionista é a única que não é racista, pois demonstra que Deus não seria justo se criasse um Espírito imortal dentro de uma raça. O Espírito é criado por Deus e evolui, passando pela humanização, no processo de angelizar-se. Ao humanizar-se, encarna-se inúmeras vezes, nas mais variadas raças, mas seu início, sua criação não está vinculada a grupo étnico nenhum. A bem dizer, todos os Espíritos pertencemos a uma única raça, pertencemos à raça divina, porque somos filhos de Deus.

Bibliografia


Novo Testamento:

1 - Lc, 10: 25

2 - Mt, 11: 14

3 - Mt, 5: 44

6 - Mt, 5: 16

7 - Jo, 14:12


O Livro dos Espíritos:

4 - item 166

5 - item 540

8 - item 222

9 - O Evangelho segundo o Espiritismo:

Cap. 14, item 8


José Passini

Juiz de Fora - MG

Publicado no Reformador – set. 2004

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